Vasectomia:
Explicando a cirurgia
Vasectomia: explicando a cirurgia
Apesar de ser o método masculino mais eficaz para prevenir a gravidez, a vasectomia representa apenas 8% dos procedimentos contraceptivos adotados no mundo.
Muitas dúvidas pairam sobre a cirurgia, e ainda hoje, vários homens têm medo do procedimento. Medo de a cirurgia causar impotência sexual ou aumentar o risco de câncer de testículo são lendas urbanas que precisam ser esclarecidas.
Quem pode fazer a vasectomia?
Segundo a legislação brasileira ( Lei 9263 de agosto de 1997): Homens acima de 25 anos OU com pelo menos dois filhos vivos OU cuja gestação futura coloque em risco a vida da mulher. Existe ainda, a necessidade de assinar um documento ( consentimento expresso) e aguardar pelo menos 60 dias para realizar a cirurgia.
Como é realizada a vasectomia?
Os espermatozoides são produzidos por cada um dos testículos e viaja até o pênis através de um dos dois tubos, chamados ductos deferentes. No caminho, os espermatozoides se misturam com outros líquidos para formar o sêmen, que é eliminado durante a ejaculação ( apenas 5% do volume do sêmen é formado por espermatozoides).
A vasectomia nada mais é do que um procedimento cirúrgico para cortar esses canais (ductos deferentes) que transportam os espermatozoides.
É uma cirurgia complexa? Dói? Pode ser realizada no consultório?
Consiste em uma cirurgia de pequeno porte e relativamente simples. Pode ser realizada no próprio consultório sob anestesia local ( injeção de anestésico no local do corte), onde o paciente vai perder temporariamente a sensibilidade e não terá dor, mas ficará acordado. Pode ser realizada ainda no hospital sob sedação, onde um anestesista irá acompanhar o procedimento e injetar um anestésico na veia do paciente, que adormecerá.
Como fica o sêmen após a cirurgia? Ainda haverá orgasmo, ejaculação?
Os testículos não são afetados pela cirurgia, continuam produzindo espermatozoides ( que agora serão absorvidos pelo organismo) e sintetizando testosterona normalmente. Não existe nenhuma alteração na sensibilidade, prazer ou orgasmo nos homens. O sêmen ainda existe e será eliminado durante o ato sexual, mas agora sem os espermatozoides.
Quais os cuidados do pós-operatório?
O paciente normalmente recebe alta no mesmo dia do procedimento e deve ficar sem dirigir no primeiro dia. Atividades leves são liberadas após 3 dias e após 7 dias, o paciente já esta liberado para ter relações sexuais ( protegidas). A dor costuma ser controlada com anti-inflamatórios e analgésicos. Orienta-se o uso de gelo ou suspensório escrotal para diminuir o edema / inchaço local.
Quando podemos considerar seguro para ter relações sexuais desprotegidas?
As relações sexuais desprotegidas só serão liberadas após 2-3 meses, quando serão solicitados novos exames ( espermograma) e esses devem vir sem a presença de espermatozoides viáveis.
Quais as complicações?
As complicações da vasectomia são raras. A mais importante costuma ser o hematoma (3-5% dos casos) – em que a bolsa testicular aumenta de volume e o paciente refere dor. Outra complicação é a infecção, quando, além do aumento de volume e dor, o paciente notará calor local e pode apresentar febre. Nessas situações, o urologista ou pronto atendimento devem ser procurados o quanto antes.
Entre as complicações crônicas, podemos citar a dor crônica (5%) que pode necessitar de tratamento medicamentoso ou invasivo e a presença de granuloma espermático (15-40%). Este último, não é considerado uma complicação propriamente dita, mas o paciente percebe um nódulo interno palpável na altura do corte quando realiza o auto-exame.
A cirurgia pode falhar?
Existe uma taxa de falha descrita na literatura de 1 a 2 gestações a cada 1000 procedimentos realizados. Mas esse número pode variar entre as técnicas empregadas e a experiência do cirurgião. Aconselha-se sempre a procurar um urologista de confiança.